Blog Outros Papos

Sobre empreendedorismo feminino e amor pela comunicação

18/11/2021



O mundo comemora nesta quinta-feira, 19, o Dia Global do Empreendedorismo Feminino. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, celebra a mulher empreendedora e o seu impacto na economia.

Empreender não é uma tarefa fácil. Principalmente se levarmos em consideração o sentindo mais amplo do que significa empreendedorismo: “capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade. Pode ser um negócio, um projeto ou mesmo um movimento que gere mudanças reais e impacto no cotidiano das pessoas”.

Confesso que quando escolhi ser jornalista, aos 17 anos, nem imaginava que um dia eu poderia ser considerada uma empreendedora.  Sai do interior de São Paulo para cursar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, no coração da capital paulista, porque acreditava que conseguiria, por meio da comunicação, contribuir na construção de uma sociedade mais justa e também porque adorava ler, escrever e me comunicar com as pessoas.

Comecei a trabalhar no primeiro ano de faculdade como revisora de anúncios do Jornal Primeiramão e ainda vendia para as colegas da faculdade e do trabalho: batom, tiaras e presilhas de cabelos confeccionadas por uma prima. Morava em pensionato de freiras, com hora para chegar, em época que nem celular havia, posteriormente montei um apartamento com duas amigas. No segundo ano, comecei a trabalhar no Diário Popular, o Rei das Bancas, como radioescuta, o que ampliou o meu olhar sobre a profissão e suas possibilidades.

Conheci profissionais competentíssimos e tive um diretor de redação, que faleceu em 2021, Jorge Miranda Jordão, que me ensinou muito do que sei sobre jornalismo raiz. Difícil para os profissionais de hoje entenderem como conseguíamos fechar um jornal diário sem internet e nem celular. As tecnologias mais modernas ainda eram telex, fax e uns computadores grandes de tela preta.

Me formei, fiz pós-graduação em comunicação empresarial. Paralelamente, passei por várias editorias do jornal como roteirista do caderno de cultura, repórter e Copydesk (redator) - lendo, selecionando e editando as notícias que chegavam pelas agências nacionais e internacionais. Ganhava bem para os padrões da época, estava feliz com o que fazia, mas queria voltar para o interior.

Recebi convite da Folha Ribeirão para ser repórter de cultura e também cobrir as eleições de 1996 (uma das mais acirradas da história de Ribeirão Preto). Em uma semana deixei o Dipo e comecei na Folha. Poucos meses depois, surgiu oportunidade de trabalhar na revista Revide, onde pude fazer matérias de todas as editorias e entrevistar pessoas fantásticas e que sempre admirei. Amava meu trabalho e o ambiente da empresa, mas veio outro convite: trabalhar na assessoria de imprensa Outras Palavras para atender a editora Palavra Mágica, por ocasião da conquista do prêmio Jabuti, com À Sombra do Cipreste, de Menalton Braff. Foi uma decisão difícil, mas depois de quatro anos de Revide, decidi aceitar este desafio.

Depois de alguns anos, os proprietários da assessoria decidiram vender a empresa para mudar de cidade. Eu comprei, com o meu trabalho, junto com mais um sócio. Dividimos a gestão até 2015, quando passei a administrar sozinha a Outras Palavras Comunicação. Juntamente com a vida profissional, casei, tive duas filhas, dei aulas por um período em uma faculdade da região, sem contar as inúmeras atividades voluntárias de cunho cultural e social que participei e ainda participo.

E o que tudo isso tem a ver com empreendedorismo feminino? Eu não sei a resposta, mas se voltarmos para o começo do texto e levarmos em conta o significado da palavra, acho que me considero uma empreendedora. Nada foi planejado, mas a vida foi me mostrando os caminhos e eu os trilhei com muito amor e persistência. Hoje, tenho uma equipe formada por mais cinco mulheres que me ajudam na empresa, que completará 25 anos em maio de 2022. Já atendi clientes de todos os portes e segmentos. Muitas das colaboradoras que passaram pela empresa também se tornaram empreendedoras e hoje têm seus próprios negócios. Na Outras, procuro ter uma gestão colaborativa, em que todos têm voz e vez e participam das decisões. E eu participo de todas as atividades e coloco a mão na massa sempre que preciso.

Acredito que, sem perceber, fazendo o que eu gosto e com amor, consegui empreender. E repito, empreender não é uma tarefa fácil, mas extremamente gratificante. Tem tudo a ver com as mulheres, que com certeza vão crescer e se fortalecer no empreendedorismo.

Logo Outras Palavras

Rua Américo Brasiliense, n° 1205/1 - Centro
CEP: 14015-050 - Ribeirão Preto/SP

16 3610-2554

Site desenvolvido por Byte Livre