Em janeiro é celebrado o Dia Mundial e Nacional de combate a hanseníase, doença infecciosa causada pela bactéria conhecida como Mycobacterium leprae. Essa bactéria entra no organismo humano através das vias respiratórias, sendo transmitida por meio de pequenas gotículas que ficam suspensas no ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra.
A hanseníase pode atingir células que ajudam no funcionamento de alguns nervos periféricos, comprometendo a função sensorial, a pigmentação da pele e a estrutura de seus anexos, gerando lesões menos pigmentadas (manchas brancas) e áreas de rarefação de pelos. Segundo o infectologista do Grupo São Lucas, Dr. Luis Felipe Silva Visconde (CRM: 201275/RQE: 111506), O grande desafio é o estabelecimento do diagnóstico que depende essencialmente de uma boa avaliação clínica. A capacitação médica para um bom exame é fundamental para o diagnóstico precoce, tratamento em tempo oportuno e quebra da cadeia de transmissão.
“A hanseníase é uma condição tratável, porém seu manejo tem dificuldades inerentes às características da bactéria que a causa. Por ser um microrganismo de crescimento lento e curso de evolução arrastado, o tratamento envolve uma associação de antibióticos que deve ser usada por tempo prolongado, podendo chegar até a 12 meses a depender do estágio e apresentação clínica da doença. A estratégia de prevenção mais importante é a detecção de tratamento precoce dos casos. Ademais, é importante ressaltarmos os determinantes sociais da doença, já que condições precárias de habitação e grandes aglomerações de pessoas em pequenos espaços, favorecem a transmissão do agente. Garantir infraestrutura e condições adequadas de habitação e saneamento é um ponto fundamental no processo de prevenção da doença”, explica.
Atualmente, os novos protocolos de diagnóstico e manejo tem buscado a incorporação de técnicas de laboratório para auxiliar na detecção da doença e no acompanhamento da resposta ao tratamento. Além do exame clínico, o SUS tem buscado somar exames com tecnologia de biologia molecular para facilitar a detecção precoce dos casos. Existem diversos estudos em andamento para proposição de esquemas terapêuticos efetivos, com menores efeitos adversos e maior facilidade de adesão.
“É importante dizermos que, embora seja uma doença infecciosa, o desenvolvimento dos sintomas não é universal. Sabe-se que algumas particularidades da resposta imunológica dos indivíduos podem tornar algumas pessoas mais suscetíveis a desenvolver os sintomas, enquanto outras, conseguem montar uma resposta de defesa efetiva para controle da bactéria. Esse é um conceito importante para reforçarmos que pessoas com esse diagnóstico não devem ser alvo de discriminação ou segregação”, conclui o médico.
Sobre o Grupo São Lucas - O Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP) é uma marca de tradição, qualidade e confiança em medicina de excelência há mais de 50 anos, com médicos especialistas, atendimento humanizado e estrutura própria com alta tecnologia. É composto pelo Hospital São Lucas, Hospital São Lucas Ribeirania e Especializado, Maternidade Ribeirania e São Lucas Medicina Diagnóstica. O Grupo, localizado em Ribeirão Preto (SP) é administrado pela Hospital Care, uma holding de serviços de saúde formada por mais de 30 unidades entre hospitais e clínicas, em 7 cidades do país.