Responsáveis pelo atendimento de pacientes em Unidades de Tratamento Intensiva (UTIs), especialista relata dia a dia da profissão e destaca importância da atuação médica no ambiente hospitalar
Comemorado em 10 de novembro, o Dia do Médico Intensivista visa destacar a importância do trabalho desse profissional que atua diretamente com pacientes internados nas UTIs (Unidades de Tratamento Intensiva) nos hospitais. A especialidade atua com cuidados primordiais em pandemias como a COVID-19 e enfrenta escassez preocupante no Brasil.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o país registrou mais de 500.000 médicos, para a população de 210 milhões de brasileiros em 2020. O médico titulado intensivista representa somente 1,6% dos 500 mil médicos do país, totalizando 8.239 titulados.
Atuando na área de medicina intensiva há 12 anos, o diretor médico do Hospital São Lucas Dr. Marcelo Puga (CRM/SP 120.439 | RQE 130475) explica que para atuar nessa especialidade o profissional precisa ter conhecimento nas mais diversas áreas, inseridas em contextos e situações variados.
Entre os perfis recebidos em situação grave nas UTIs, estão os pacientes nas condições de descompensações neurológicas como rebaixamento, confusão, desmaio e convulsão, descompensações respiratórias ou descompensações hemodinâmicas, como parada cardíaca, pressão muito baixa ou alta e arritmia cardíaca.
“A UTI existe por conta do médico intensivista e por definição é um ambiente fechado, teoricamente controlado onde destina-se recursos, condições e intervenções específicas no tratamento dos determinados pacientes, e recomenda-se que seja feito pelo intensivista. Então seu papel vai muito além de tratar aquela condição ruim que o paciente se encontra, ele tem que atuar dentro das questões assistenciais que está impondo minimizando danos e riscos de outras complicações que porventura possam acontecer como consequência daquele tratamento que está sendo desenvolvido”, detalha o médico.
Intensivista e pandemia
No período de pandemias, a atuação do profissional se torna essencial e, consequentemente, sua escassez uma situação crítica. Durante a COVID-19 em 2021, onde encaramos ondas de casos críticos que superlotaram as Unidades de Tratamento Intensiva, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) tinha no último levantamento realizado em 2021 6.500 profissionais da categoria atuando no país. O membro da Comissão de Ética e Defesa do Exercício Profissional da AMIB Marcelo Moock calculou na época que, para conter a situação, eram necessários 40 mil médicos intensivistas.
A atuação do médico é amplamente necessária, uma vez que vai do cuidado assistencial ao plano terapêutico, planejamento do tratamento proposto com começo, meio e fim, previsão de possíveis intercorrências e previsibilidade do que vai ser proposto para a condição que o paciente apresenta.
“Acredito que o que me motivou escolher a medicina intensiva foi ela me dar a oportunidade de cuidar do paciente integralmente. Depois de ter passado tudo o que nós passamos na pandemia, onde nós intensivistas fomos a comissão de frente para manejar os pacientes graves da COVID, poder assistir tudo isso nas condições que a gente assistiu foi muito gratificante. É impossível qualquer tipo de pessoa não se sensibilizar quando a gente tira o tubo da boca do paciente e devolve ele para respirar sozinho. Numa posição assistencial e de gestão que eu ocupo recentemente, poder buscar oportunidades de melhorias, de adequações de cenários adversos para poder otimizar o tratamento e questões assistenciais é o que realmente marca e é o que faz ter certeza de que eu fiz a escolha correta”, conclui.
Sobre o Grupo São Lucas - O Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP) é uma marca de tradição, qualidade e confiança em medicina de excelência há mais de 50 anos, com médicos especialistas, atendimento humanizado e estrutura própria com alta tecnologia. É composto pelo Hospital São Lucas, Hospital São Lucas Ribeirania e São Lucas Medicina Diagnóstica. O Grupo, localizado em Ribeirão Preto (SP) é administrado pela Hospital Care, uma holding de serviços de saúde formada por mais de 30 unidades entre hospitais e clínicas, em 7 cidades do país.
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